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quinta-feira, 30 de julho de 2020

Histeria

= D.: Hysterie. — F.: hystérie. — En.\ hysteria. — Es.: histeria ou histerismo. — isteria ou isterismo.

• Classe de neuroses que apresentam quadros clínicos muito variados. As duas formas sintomáticas mais bem identificadas são a histeria de conversão, em que o conflito psíquico vem simbolizar-se nos sintomas corporais mais diversos, paroxísticos (exemplo: crise emocional com teatralidade) ou mais duradouros (exemplo: anestesias, paralisias histéricas, sensação de “bola” faríngica, etc.), e a histeria de angústia, em que a angústia é fixada de modo mais ou menos estável neste ou naquele objeto exterior (fobias).
Foi na medida em que Freud descobriu no caso da histeria de conversão traços etiopatogênicos importantes, que a psicanálise pôde referir a uma mesma estrutura histérica quadros clínicos variados que se traduzem na organização da personalidade e no modo de existência, mesmo na ausência de sintomas fóbicos e de conversões patentes.
Pretende-se encontrar a especificidade da histeria na predominância de um certo tipo de identificação e de certos mecanismos (particularmente o recalque, muitas vezes manifesto), e no aflorar do conflito edipiano que se desenrola principalmente nos registros libidinais fálico e oral.

■ A noção de uma doença histérica é muito antiga, visto que remonta a Hipócrates. Sua delimitação acompanhou as metamorfoses da história da medicina. Neste ponto, nada mais podemos fazer do que remeter o leitor para a abundante literatura existente sobre a questão.
No fim do século XIX, particularmente sob a influência de Charcot, o problema colocado pela histeria ao pensamento médico e ao método anatômico-clínico reinante estava na ordem do dia. Muito esquematicamente, podemos dizer que a solução era procurada em duas direções: ou, na ausência de qualquer lesão orgânica, referir os sintomas histéricos à sugestão, à autossugestão e mesmo à simulação (linha de pensamento que será retomada e sistematizada por Babinski), ou dar à histeria a dignidade de uma doença como as outras, com sintomas tão definidos e precisos quanto, por exemplo, uma afecção neurológica (trabalhos de Charcot). O caminho seguido por Breuer e Freud (e, em outra perspectiva, por Janet) levou-os a ultrapassar essa oposição. Freud, como Charcot — cujo ensinamento, como sabemos, tanto o marcou —, considera a histeria como uma doença psíquica bem definida, que exige uma etiologia específica. Por outro lado, procurando estabelecer o “mecanismo psíquico”, ligou-se a toda uma corrente que considera a histeria uma “doença por representação” (2b). Como sabemos, o esclarecimento da etiologia psíquica da histeria é paralelo às descobertas principais da psicanálise (inconsciente, fantasia, conflito defensivo e recalque, identificação, transferência, etc.).
Na esteira de Freud, os psicanalistas não cessaram de considerar a neurose histérica e a neurose obsessiva como as duas vertentes principais do campo das neuroses (a), o que não implica que, como estruturas, elas não possam combinar-se neste ou naquele quadro clínico.
Freud relacionou com a estrutura histérica, dando-lhe o nome de histeria de angústia, um tipo de neurose cujos sintomas mais marcantes são as fobias.

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